sexta-feira, 11 de maio de 2012

Helicóptero da Polícia Civil de Goiás acidenta-se em Goiás. Não há sobreviventes


Reproduzo em meu blog uma triste notícia já divulgada pelo site PILOTO POLICIAL, que abalou a comunidade da aviação de segurança pública do Brasil nessa semana: o acidente fatal ocorrido com o helicóptero fabricado pela empresa AgustaWestland modelo AW119Ke - Koala, pertencente à Polícia Civil de Goiás (PCGO).

No dia seguinte ao acidente (quarta-feira 09/05/2012), estive presente ao local representando a SENASP em missão oficial, para prestar solidariedade e apoio autoridades locais.

As investigações estão a cargo do CENIPA e da própria Polícia Civil de Goiás, instituição que sofreu perdas incalculáveis com esse triste acidente.

Em respeito à instituição PCGO, ao trabalho do CENIPA e, sobretudo, às vitimas e suas famílias, reservo-me o direito de reproduzir em meu blog apenas o que já foi publicado pelo site PILOTO POLICIAL, deixando que as informações oficiais sejam fornecidas pelos órgãos competentes, em momento oportuno.

Cmte Duton



O helicóptero da Polícia Cívil de Goiás caiu na tarde desta terça-feira (8/5). O helicóptero acidentou-se próximo a “fazenda do boi”, a 40 quilômetros da cidade de Piranhas/GO (cerca de 320 km da capital goiana). Todos os oito ocupantes do helicóptero faleceram.


O helicóptero da Polícia Civil que sofreu o acidente aeronáutico enquanto voltava para a capital goiana estava participando da reconstituição de um crime de homicídio de sete pessoas no último 28/4, todas esgorjadas na propriedade rural Nossa Senhora Aparecida, em Doverlândia, cidade goiana a cerca de 400km da capital. O preso, Aparecido de Souza Alves, de 22 anos estava a bordo. Ele havia participado da primeira fase da reconstituição do crime na quinta-feira da semana passada e viajou novamente de helicóptero ao local do crime para reproduzir os fatos relacionados aos outros cinco assassinatos aos peritos criminais. (SINDEPOL)

 
O Governo de Goiás lamenta profundamente a morte dos delegados e servidores da Secretaria de Segurança Pública, em decorrência do acidente com o helicóptero da Polícia Civil. Goiás perde profissionais de altíssimo valor, ilibada reputação, reconhecida competência e notável valor humano, que se destacaram no exercício de suas funções, honrando a tradição de nossa Polícia.
Ao longo de suas vidas, eles souberam valorizar o trabalho a que se dedicaram. Morreram no estrito cumprimento do dever legal, exercendo com denodo a missão superior de proteger o cidadão e oferecer segurança e tranquilidade aos goianos. Merecem, assim, todo o nosso reconhecimento, nosso preito de gratidão e, neste momento derradeiro, os nossos sinceros aplausos.
O Estado decreta luto oficial por três dias e se junta à população, amigos e familiares na última homenagem a esses servidores, num momento de dor e  comoção na corporação, no Governo do Estado e na sociedade.
Marconi Perillo
Governador do Estado de Goiás


FOI-SE O HOMEM, FICOU O HERÓI: DELEGADO CARRASCO
Em homenagem aos homens de coragem da Polícia Civil de Goiás publicamos artigo sobre o Del Carrasco postado em 13/10/2011 no site do SINDIPOL – Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de Goiás, por Warlem Sabino:

A maior parte dos objetos na sala do delegado Osvalmir Carrasco Melati Júnior, 38 anos, lembra a aviação, aliás, sendo mais preciso, os helicópteros. São calendários, miniaturas, objetos de decoração e até o pad mouse do computador. Até na hora de entrevista ele está trajando o uniforme da Unidade Aeropolicial da Polícia Civil.
“Minha vida são os helicópteros”, resume. “Desde criança tinha um sonho de voar de helicóptero e hoje me sinto plenamente realizado. Não só voei como também piloto”, emenda Osvalmir, mostrando, no computador, fotos aéreas de operações tiradas já com o novo helicóptero da PC.

Mas chegar a ser comandante de aeronave não foi tarefa fácil. Foi preciso muito estudo, dedicação e escolhas corretas. Quando adolescente tentou ser oficial da Força Aérea Brasileira, mas não conseguiu ser aprovado nas provas. O delegado não se frustrou. Engavetou o sonho e prestou vestibular para Direito.

Foram cinco anos na faculdade no interior de São Paulo. Paralelamente ajudava o pai no açougue da família, em Tupã. Com o diploma em mãos, ficou um ano sem trabalhar, apenas estudando para concursos – já queria ser delegado. As 12 horas por dia com os livros renderam bons resultados: aprovação nos concursos em Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul – tudo em 1999.

“Eu não sabia para onde ir, mas meu pai me disse para escolher Goiás. Ele falou que o Estado estava em crescimento, que era um bom lugar para morar e que eu teria grandes oportunidades por aqui”, explica. “E foi o que realmente aconteceu. Tive oportunidades aqui na Polícia Civil que talvez não tivesse em nenhum outro lugar. Não me arrependo um minuto de ter escolhido Goiás”, emenda.

E quando fala em oportunidades, foi por meio da Polícia Civil que Osvalmir enfim realizou o sonho de voar de helicóptero – nem esperava mais por uma chance destas. Em 2006, quando o Governo do Estado locou helicópteros para as polícias, ele foi chamado para fazer parte do grupo que ficaria responsável pela aeronave da PC – na época já era coordenador do GT-3.
“Em 2005, quando fui convidado para coordenar o GT-3, tive a chance de fazer vários cursos operacionais na área de segurança pública. Estudei até fora do País. Logo em seguida veio a oportunidade de voar. Não perdi a chance. Fiz o curso de tripulante com a Polícia Rodoviária Federal já de olho na pilotagem.”

O delegado lembra, inclusive, a data exata do primeiro vôo de helicóptero da vida, como passageiro: 26 de julho de 2006. “Nós levantamos vôo da Praça Cívica. Você deixar uma praça voando, no Centro da cidade, vendo as árvores ao seu lado, a cidade crescendo, é uma sensação fascinante, quase indescritível.”

A partir daí viu a paixão florescer de vez. Decidiu que faria tudo o que precisasse para se colocar em condições de operar um helicóptero. Seis meses depois já fez o seu primeiro vôo como aluno piloto. Era um modelo Robinson R44. “Só não foi mais emocionante por causa da apreensão. Você fica muito ansioso por causa da responsabilidade.”

Passada a fase de instruções, hoje o delegado curte a sensação “incrível” de pilotagem. “A mobilidade de um helicóptero é tão fantástica e incrível que chega a ser perigosa. O fato de você poder pousar em qualquer lugar requer muita cautela e responsabilidade”, alerta.

Talvez por isso o delegado ainda não tenha passado por nenhum “perrengue” em vôo. “Você tem de se preparar para não ter problemas em vôo. Estamos começando agora as operações com o novo helicóptero. A aeronave é boa, corresponde bem, mas requer adaptação dos pilotos e tripulantes.”

Sete dias de aventura

Comprados pelo Governo do Estado no ano passado, os helicópteros modelo AW119 Koala, fabricados pela empresa anglo-italiana Agusta Westland, chegaram a Goiás em dezembro. E só foram apresentados no último mês da administração anterior porque vieram voando da Filadélfia (Pensilvânia, EUA) – parar vir de navio poderia demorar mais de um mês.

Osvalmir foi indicado pela Polícia Civil para ajudar a trazer a aeronave da PC – os Bombeiros e a Polícia Militar indicaram um piloto de cada corporação para a viagem. Eles vieram junto aos pilotos da Agusta.

Foram sete dias de viagem, com vôos de no máximo três horas, apenas durante o dia e com tempo bom. Eram pelo menos cinco paradas por dia para reabastecimento, alimentação e descanso. Em parte do trecho passou por cima ou aterrissou em lugares paradisíacos, como Martinica e San Martin, ilhas no Caribe. Mas também viu de perto uma imensidão de água (Oceano Atlântico e Mar do Caribe) e árvores (Floresta Amazônica).

“A gente só via o que estava no meio do caminho, pois não podíamos desviar um minuto, uma vez que o combustível era contado. E quando parávamos, a exceção da hora de dormir, não tínhamos tempo para nada. Era reabastecer a aeronave, levar os documentos à alfândega e decolar novamente.”

Em determinados pontos não havia aeroportos para reabastecimento. Para não ficarem pelo caminho, eles lotavam a parte traseira do helicóptero com galões cheios de querosene de aviação. Paravam no meio do nada com lugar nenhum e reabasteciam as aeronaves sem ao menos desligá-las. “Não podíamos nos arriscar a desligar. Vai que depois não ligava. Íamos pedir socorro aonde?”

Ainda assim, exaurido pelo sobe desce intermitente de sete dias, Osvalmir diz que faria tudo de novo. “Foi uma experiência incrível, destas de guardar para sempre.” E aproveita para agradecer a Polícia Civil. “Não tenho o que reclamar. Todos os cursos, pilotagem e viagens ao exterior foram graças a Polícia Civil. Só tenho que agradecer pelas oportunidades que tive. Sou muito grato à polícia.”

O macacão da unidade Aeropolicial mostra bem a quantidade de cursos que o delegado participou. O uniforme está repleto de insígnias e distintivos.

Motociclismo
Durante a viagem aos Estados Unidos para trazer o helicóptero da PC, Osvalmir realizou outro sonho de consumo: comprar uma jaqueta original Harley-Davidson para combinar com sua nova motocicleta: uma Fat Boy. Aliás, moto é outra paixão do delegado, agora especialista em aventuras.

“Meu pai sempre gostou de motos e herdei dele esta paixão. Desde os 18 anos tive motos e de um ano para cá atingi o ápice: comprei uma Harley”, explica. “E a compra só foi possível porque a marca resolveu reduzir os preços no Brasil”, emenda.
A primeira moto de Osvalmir foi uma Honda Shadow 600 cilindradas. Depois comprou duas Hornet de mesma cilindrada e marca. Hoje tem uma Fat Boy de 1.600 cilindradas.

Carreira
Osvalmir Carrasco entrou para a Polícia Civil em 2000. Sua primeira lotação foi em Quirinópolis, depois seguiu para o Entorno do Distrito Federal. Em 2004 chegou a Deic, em Goiânia, e logo foi designado para o recém-criado GT3. Hoje é coordenador da Unidade Aeropolicial.

Também já participou de operações aéreas com a Força Nacional, como estagiário, em busca de ascensão técnica a comandante – passou de co-piloto para piloto.

Perfil
Nome: Osvalmir Carrasco Melati Júnior.
¤ 02.03.1974
† 08.05.2012
Local de Nascimento: Tupã (SP).Formação: Direito.Estado Civil: Casado com Gizely: filhos Luca (7), Heitor (7) e Laura (2).Ano em que ingressou na Polícia Civil: 2000.Lotação: Coordenador da Unidade Aeropolicial.Hobby: Motociclismo.Livro: Sidarta, de Hermann Hesse.Filme: O Menino do Pijama Listrado.Comida preferida: Churrasco.Time que torce: Corinthians.Ídolo: Jesus Cristo.
Sonho de consumo: “Realizei com uma Harley-Davidson Fat Boy”
Fonte: SINDEPOL/GO.

Equipes de terra compostas pela Polícia Técnico-Científica, Corpo de Bombeiros, Polícia Militar e GT3 da Polícia Civil, além de um helicóptero (Koala – AW119) do Corpo de Bombeiros estão no local do acidente aeronáutico. A aeronave da Polícia Militar também será utilizada na operação.

A investigação dos motivos da queda do helicóptero estará a cargo do sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (SERIPA VI), de Brasília. De acordo com o coronel Valter Barreto Silva, chefe do Seripa VI, as informações até então são preliminares e uma equipe já está a caminho de Piranhas/GO.

A Secretaria de Segurança Pública e Justiça, com informações adicionais do site Goiás é Demais, divulgou os nomes dos policiais civis que estavam no helicóptero que caiu a  cerca de 40 quilômetros de Piranhas/GO. São eles:

Os policiais civis

1. Antônio Gonçalves Pereira dos Santos – Delegado de Polícia – Superintendente de Polícia Judiciária da PCGO;
Delegado desde 1982 e Policial Civil desde 1969, admitido para o cargo de Investigador.
Idade: 64 anos
Naturalidade: Pedro II – Piauí
Estado Civil: Casado
Número de Filhos: 03 filhos

2. Osvalmir Carrasco Melati – Delegado de Polícia – Coordenador da Unidade de Apoio Aeropolicial;
Delegado de Polícia Civil desde 2000
Idade: 38 anos
Local de Nascimento: Tupã (SP).
Estado Civil: Casado
Número de Filhos: 03 filhos

3. Bruno Rosa Carneiro – Delegado de Polícia – chefe-adjunto da Unidade de Apoio Aeropolicial;
Delegado de Polícia Civil desde 2004
Idade: 32 anos
Naturalidade: Goiânia – GO
Estado Civil: Solteiro
Número de Filhos: 0


4. Jorge Moreira da Silva – Delegado de Polícia – Titular da Delegacia Estadual de Roubos e Furtos de Cargas;
Delegado de Polícia Civil desde 1982
Idade: 53 anos
Naturalidade: Porto Nacional – Tocantins
Estado Civil: Divorciado
Número de Filhos: 02 filhas

5. Vinícius Batista da Silva – Delegado de Polícia Titular de Iporá;
Delegado de Polícia Civil desde 2010
Idade: 33 anos
Naturalidade: Goiânia – Goiás
Estado Civil: Casado
Número de Filhos: 01 filho

6. Marcel de Paula Oliveira – Perito Criminal – cidade de Iporá;
Perito Criminal desde 2010
Farmacêutico Bioquímico
Lotado em Quirinópolis
Idade: 31 anos
Estado Civil: Solteiro
Número de Filhos: 0

7. Fabiano de Paula Silva – Perito Criminal – cidade de Quirinópolis;
Perito Criminal desde 2000 – Odontólogo
Lotado em Iporá
Idade: 37 anos
Estado Civil: Separado
Número de Filhos: 04 filhos


Local do Acidente:
  • “Fazenda do Boi”
  • Latitude: 16º 27’18’’ S
  • Longitude: 51º 59’ 50’’ W
Sobre os pilotos:
  • Comandante – Delegado Osvalmir Carrasco Melati.
  • Copiloto – Delegado Bruno Rosa Carneiro.
No dia 23 de junho de 2011 os Delegados Pilotos da PCGO Osvalmir Carrasco e Bruno Rosa, que além de Pilotos Comerciais de Helicóptero, também eram instrutores de voo, foram checados pelo Inspetor de Aviação Civil (ANAC), Élsio Madruga, no modelo da aeronave (Koala – AW119), o qual, através de manobras e procedimentos operacionais, como determina a legislação aeronáutica brasileira, atestou a capacidade técnica dos Delegados, expedindo a habilitação tipo e formaram a primeira equipe de comandantes desse modelo de aeronave do estado.
À época do cheque o Del Carrasco, Coordenador da Unidade de Apoio Aeropolicial, disse que “o sentimento é de realização e alegria,  pois é a conclusão de um trabalho iniciado em 2006, quando helicópteros foram alugados pelo Governo de Goiás.
Nesse momento ainda Carrasco disse que “a PCGO buscou qualificar seus servidores através de cursos e estágios em outras unidades aéreas, visando a atual conquista de possuir Unidade Aérea com pessoal completamente capacitado para operar o Koala, codinome ESCORPIÃO, de forma autônoma e segura, satisfazendo completamente os requisitos exigidos pela legislação aeronáutica brasileira.”

Sobre a aeronave
A aeronave acidentada da Polícia Civil de Goiás era um helicóptero AgustaWestland AW119Ke – Koala, matrícula PP-CGO, denominado “Escorpião”, adquirida junto com outras duas aeronaves do mesmo modelo e que foram entregues para a Polícia Militar e Corpo de Bombeiros Militar do Estado de Goiás. As três aeronaves foram adquiridas com recursos do Estado e do Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) e entregues em 29/09/2011.

A aeronave AW119Ke Koala é um helicóptero monoturbina, com capacidade para oito pessoas, desenvolvido com foco na segurança, desempenho e preço competitivo. O grande espaço livre na cabine permite uma rápida configuração para uma variedade de atividades, como transporte de passageiros, resgate e transporte aeromédico, apoio policial, entre outras missões.

Nota oficial do Governo de Goiás sobre o acidente:

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