sábado, 10 de julho de 2010

O maior PATRIMÔNIO de uma unidade aérea



Quanto custa um helicóptero novo modelo AS 350 "Esquilo"? Algo em torno de U$ 3 milhões!!

Quanto custa um helicóptero novo modelo HUEY II ("Sapão")? Algo em torno de U$ 6 milhões!!

Quanto custa construir e equipar um hangar?? Dependendo das dimensões e dos equipamentos, alguns milhões de Reais!!

Então qual seria o maior PATRIMÔNIO de uma unidade aérea??

Seria o objeto que custa mais caro?? Seria o bem de maior visibilidade??

Definitivamente não!

O maior PATRIMÔNIO de uma unidade aérea são AS PESSOAS!!

As PESSOAS que servem em uma unidade aérea podem torná-la uma próspera "casa de família" ou um decadente inferno na Terra...

É o grau de comprometimento e dedicação das PESSOAS que fará toda a diferença entre o sucesso e o fracasso de uma unidade aérea.

Não há como mensurar com precisão quanto "custa" uma PESSOA COMPROMETIDA E DEDICADA à sua unidade, mas com certeza esse é o seu maior PATRIMÔNIO.

Quando o GRUPAMENTO AÉREO E MARÍTIMO (GAM) da PMERJ foi criado, em 21 de Março de 2002, eu e outros PMs idealistas fomos transferidos para lá.

Dentre os idealistas fundadores do GAM em 2002, merecem destaque:

- MAJ PM EDUARDO LUIZ BRANDÃO RIBEIRO. Piloto de Helicóptero, foi o primeiro Subcomandante do GAM e, por muitos meses, o único piloto de helicóptero habilitado como Comandante de aeronave. Como na época só tínhamos um único helicóptero "Esquilo", às vezes ouvíamos na fonia piadas do tipo "Fênix ZERO-ÚNICO", ou invés de "Fênix ZERO-UM"... Atualmente é o Comandante da unidade.

- CAP PM MIGUEL FRANCISCO RAMOS JÚNIOR. "Caveira" com passagem pelo BOPE, APM, GETAM e SSP, inicialmente chegou ao GAM para compor o Núcleo de Policiamento Marítimo (NPM). Hoje é piloto de helicóptero e Subcomandante da unidade.

- CAP PM VALDECI SANTOS DE LIMA. Oficial de tropa, foi um dos primeiros Oficiais da PMERJ a realizar o CAAVO na Marinha do Brasil. Chegou ao GAM em 2002 já como co-piloto e contribuiu bastante na formação da nova geração de pilotos. Encontra-se hoje à disposição da CASA CIVIL do Governo do Estado.

- CAP PM SÉRGIO DE ANDRADE ALVES. Oficial de tropa com especialidade em cães foi, juntamente com o CAP LIMA, um dos primeiros Oficiais da PMERJ a realizar o CAAVO na Marinha do Brasil. Chegou ao GAM em 2002 já como co-piloto e contribuiu bastante na formação da nova geração de pilotos. Encontra-se hoje à disposição da CASA CIVIL do Governo do Estado.

- CAP PM DANIEL MIRANDA DE QUEIROZ. Oficial de tropa com vasta experiência em combates urbanos, chegou ao GAM já como co-piloto tendo arcado com a sua formação de piloto com recursos próprios! Exerceu a função de co-piloto por muito tempo, e depois, como Comandante de aeronave, contribuiu e até hoje contribui na formação dos novos Comandantes. Gravemente ferido em voo em 2004, mantém-se firme e forte no GAM. É uma figura ímpar do Grupamento, falante, irônico e muito simpático, sendo um dos poucos Oficiais que permaneceram no GAM desde a sua fundação até a presente data.

- 1º TEN PM GILSON FERNANDES. Oficial de tropa, com passagem pelo Colégio Naval e pela Escola Naval da Marinha do Brasil antes de ingressar na PMERJ, inaugurou o GAM em 2002 inicialmente compondo o Núcleo de Policiamento Marítimo (NPM). Hoje é piloto de helicóptero e, juntamente com o CAP DANIEL, é um dos poucos Oficiais que permanecem no GAM desde a sua fundação até hoje.

- 2º TEN PM RODRIGO DUTON ALVES. Eu mesmo, o autor desse blog. Oriundo do Batalhão de Policiamento em Áreas Turísticas (BPTur), fui transferido para o GAM na véspera de sua fundação, assim como todos os Oficiais supracitados. Passamos a madrugada da véspera da inauguração do GAM pintando suas paredes e acertando os últimos detalhes.

Realizei o primeiro Curso de Tripulante Operacional de Radiopatrulhamento Aéreo (CTO) em 2002, juntamente com o "caveira" e amigo 2º TEN PM ALEXANDRE BARBOSA DE LIMA. Concluído o curso, conquistamos o título de "ASA", uma espécie de "Caveira"do GAM. Fomos os primeiros Oficiais a ser Tripulante Operacional na PMERJ, o que é motivo de muito orgulho pra nós.

Exerci a atividade de Tripulante Operacional por quase 1 ano, cumulativamente às minhas funções administrativas (Relações Públicas, Chefe dos Tripulantes, Adjunto do P3, etc).

Fui Subcoordenador do segundo Curso de Tripulante Operacional (CTAM) e, concluído esse curso, recebi convite para servir à disposição da CASA CIVIL, no Governo Rosinha Garotinho. Juntamente com o MAJ PM EDUARDO LUIZ, enfrentei o turbulento momento de mudanças de antiga CGOA (Coordenadoria Geral de Operações Aéreas) para a CAOA (Coordenadoria Adjunta de Operações Aéreas). Hoje a CAOA chama-se SAOA (Subsecretaria Adjunta de Operações Aéreas). Findo o governo de Rosinha Garotinho, deixamos a "casa" bem arrumada para nossos sucessores.

Creio que a minha maior contribuição ao GAM, naquele período de 2002 e 2003, foi ter ajudado Oficiais como o 2º TEN PM RODRIGO DE LIMA NUNES, 2º TEN PM CLAUDIO DOS SANTOS LEITÃO e 2º TEN PM MARCELO VAZ DE SOUZA a irem servir no GAM.

Esses competentes Oficiais fizeram toda a diferença no processo de consolidação do GAM como unidade aérea reconhecida em todo o Brasil. Muito me orgulho de vocês, amigos!

Outras dezenas de Policiais Militares, em sua grande maioria Praças, fundaram o GAM em 21 de Março de 2002, sendo impossível relatar nesse blog a história de cada um deles.

Uma Praça que fundou o GAM e encontra-se lá até hoje merece destaque e todo o meu respeito e admiração:

- CB PM LUIZ AFONSO. Praça oriundo do BOPE, arcou com a sua formação de piloto com recursos próprios! Exerceu a função de co-piloto por muito tempo, e depois, como Comandante de aeronave, contribuiu e até hoje contribui na formação dos novos Comandantes de aeronave. Bastante competente e muito prestativo, sofreu algumas injustiças hoje superadas. É figura ímpar no GAM, grande responsável pela união existente entre os Oficiais e Praças. Serve como importante elo nesse processo. É, acima de tudo, um amigo leal e competente.

Em suma, restou demonstrado nessa breve síntese histórica do GAM, que são as PESSOAS que por lá passaram e que lá estão o maior PATRIMÔNIO dessa unidade aérea.

Se hoje o GAM é reconhecido nacionalmente como uma unidade aérea expoente, isso se deve ao suor e ao sangue derramados pelas PESSOAS que por lá passaram e que lá estão!

"SEJA NO AR, SEJA NO MAR, A VITÓRIA PRECISAMOS ALCANÇAR!" (Canção do GAM).

Cmte Duton

P.S.: Todos os postos e graduações supracitados estão DESATUALIZADOS!

Referi-me, nessa postagem, aos postos e graduações que os FUNDADORES DO GAM tinham àquela época, ou seja, Março de 2002.

Comunidades no ORKUT


Prezados amigos e seguidores,

Comecei minhas atividades de divulgação da Aviação de Segurança Pública na internet em 2004, através do site de relacionamentos ORKUT.

Aos interessados, estamos no ORKUT com as seguintes comunidades:

- OPERAÇÕES AÉREAS - RJ, comunidade que criei em 18 de Dezembro de 2004;

- GRUPAMENTO AÉREO E MARÍTIMO PMERJ, comunidade que criei em 26 de Março de 2005.

Sejam bem-vindos a bordo!!

Cmte Duton

domingo, 4 de julho de 2010

A importância da produção de conhecimento técnico-científico para a Aviação de Segurança Pública

A Aviação de Segurança Pública é algo que ainda não existe no ordenamento jurídico brasileiro, mas já existe de fato na maior parte dos Estados do Brasil.

Como foi dito na postagem sobre "A FORMAÇÃO DE PILOTOS NO BRASIL", a aviação brasileira divide-se somente entre a Aviação Militar e a Aviação Civil.

É sob a égide da Aviação Civil que se encontra toda a aviação das Polícias Militares e Corpos de Bombeiros Militares, bem como a aviação das Polícias Civis do Brasil.

Mais adequado, ao meu ver, seria criar uma terceira vertente na aviação do Brasil: A Aviação de Segurança Pública que, devido às inúmeras peculiaridades, merece tratamento jurídico diverso da Aviação Civil.

Dessa forma teríamos três diferentes aviações no Brasil:

- A Aviação Militar, composta pela aviação das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica);

- A Aviação de Segurança Pública, composta por todas as Polícias Militares, Polícias Civis, Corpos de Bombeiros Militares do Brasil e Guardas Municipais; e,

- A Aviação Civil, composta pelo que não estivesse enquadrado nas aviações supracitadas.


Essas e outras valiosas propostas/sugestões devem ser provocadas e incentivadas pelos operadores da Aviação de Segurança Pública, ou seja, pelos próprios Policiais Militares, Policiais Civis, Bombeiros Militares e Guardas Municipais do Brasil.

Tratando-se especificamente dos Militares Estaduais, ou seja, dos Policiais Militares e dos Bombeiros Militares do Brasil, estes têm oportunidades ímpares para produzir conhecimento técnico-científico sobre a Aviação de Segurança Pública:

- Durante os nossos CURSOS OBRIGATÓRIOS DA CARREIRA MILITAR: O CAO e CSP.

Os Oficiais pilotos das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil tem, pelo menos, duas grandes possibilidades de contribuir na construção do conhecimento técnico-científico para a Aviação de Segurança Pública:

- A primeira é durante o CURSO DE APERFEIÇOAMENTO DE OFICIAIS (CAO), fase onde o Oficial Intermediário (Capitão) tem que cumprir uma elevada carga horária de estudos para concluir o curso, o que o habilitará para a promoção à Major.

O Oficial Intermediário PM ou BM possui razoável bagagem de experiência profissional que o habilita a produzir artigos científicos ou monografias de elevada qualidade.
Nesse quesito, a PMESP partiu na frente e serve de exemplo para todas as PMs e BMs do Brasil.

A PMESP conseguiu que o seu CAO, realizado no Centro de Altos Estudos em Segurança (CAES), fosse reconhecido pelo Ministério da Educação e Cultura (MEC) como um Mestrado profissionalizante!

O nível de exigência do CAES/PMESP é bastante alto e os trabalhos ali produzidos são de altíssima qualidade.

Diversos foram os Oficiais pilotos da PMESP que, durante seus CAO, contribuíram para a evolução da Aviação de Segurança Pública no Brasil, através de importantes monografias que foram levadas a cabo.

Não por acaso a PMESP tem hoje a maior Aviação de Segurança Pública do Brasil.

O comprometimento de seus Oficiais os fez alcançar esse status!

Durante o meu CAO, realizado na PMDF entre Fevereiro e Agosto de 2010, pude constatar que eles seguem o bom exemplo da PMESP e, muito em breve, alcançarão o grau de excelência dos paulistanos.

Tive a grata satisfação de estudar com 3 pilotos de helicóptero do Grupamento de Operações Aéreas (GOA) da PMDF, são eles:

CAP PMDF LÓTUS VIERA LINS, que escreveu sua monografia sobre "Controle patrimonial com o emprego do recurso RFID (radio-frequency identification)";

CAP PMDF EMÍLIO CASTELLAR, que escreveu sua monografia sobre "Viabilidade da implantação de um sistema de geo posicionamento por meio do global positioning system (GPS) nas viaturas e aeronaves da PMDF como meio de aumentar a efetividade de seu serviço de emergência";

CAP PMDF ANTÔNIO GOMES SILVA SOBRINHO, que escreveu sua monografia sobre "O emprego de aeronaves de asas rotativas nas ações policiamento ostensivo preventivo".

Enquanto eu estava no CAO da PMDF, na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro estavam sendo produzidos conhecimentos técnico-científicos sobre aviação pelos seguintes Oficiais pilotos:

CAP PMERJ GILSON FERNANDES, que escreveu seu artigo científico sobre "A necessidade da criação de um serviço aero-médico na PMERJ";

CAP PMERJ FABIANA PEREIRA RIBEIRO, que escreveu seu artigo científico sobre "Normatização da utilização dos aviões da PMERJ para transporte nacional como ferramenta de redução de gastos".

Esses comprometidos Oficiais Intermediários da PMDF e da PMERJ com certeza apresentaram suas valiosas contribuições para o crescimento da Aviação de Segurança Pública no Brasil.

Resta-nos, agora, lutar para que os nossos projetos sejam implementados!

Tenho certeza que, Brasil afora, diversos Oficiais Intermediários pilotos fizeram o mesmo!

Coloquem aqui nesse blog, em forma de comentário, suas produções técnico-científicas para que todo o Brasil as conheça e que possam vir a ser consultadas e pesquisadas pelos interessados.

Muitas vezes uma produção técnico-científica da PMBA é aplicável à PMERJ, assim como uma produção da PMERJ pode ser útil à PMAM, e assim sucessivamente...


- A segunda oportunidade de colaborar com o crescimento da Av. Seg. Pub. é durante o CURSO SUPERIOR DE POLÍCIA (CSP), também conhecido como CURSO DE ALTOS ESTUDOS (CAE) em algumas PMs.

Nesse momento da carreira, o Oficial Superior (Major ou Tenente Coronel) também deve cumprir uma elevada carga horária de estudos para concluir o curso e estar habilitado à promoção ao último posto da carreira, o de Coronel.


Havendo o empenho e o comprometimento dos Oficiais Intermediários e Superiores (pilotos) das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, certamente a Aviação de Segurança Pública alçará voos cada vez mais altos!

Bons voos!

Cmte Duton

P.S.: Minha monografia realizada durante o CAO na PMDF versou sobre "A implementação da frota de helicópteros bimotores na aviação da PMERJ".

Parte das idéias que defendi neste trabalho está bastante resumida na postagem "A AVIAÇÃO POLICIAL COM HELICÓPTEROS NO BRASIL E NO MUNDO".

As operações aéreas policiais e de defesa civil no Rio de Janeiro


Hoje o Estado do Rio de Janeiro conta com 4 unidades distintas de aviação, a saber:

1 - GRUPAMENTO AÉREO E MARÍTIMO (GAM) - PMERJ

O GAM está dividido entre o Núcleo de Policiamento Aéreo (NPA) e o Núcleo de Policiamento Marítimo (NPM).

O NPA é composto por Policiais Militares que exercem as funções de piloto de aeronave (avião e helicóptero), mecânico de aeronave e tripulante operacional de radiopatrulhamento aéreo.

O NPM é composto por Policiais Militares especializados em embarcações, motores náuticos e operações policiais marítimas.

Existe ainda no GAM o Núcleo de Instrução Especializada (NIEsp) e o pessoal administrativo, que dá valioso suporte a todo o funcionamento burocrático da unidade.

A sede do GAM é na Avenida Feliciano Sodré, nº 273, Centro, Niterói.


2 - SERVIÇO AEROPOLICIAL (SAER) - PCERJ

O SAER é composto por Policiais Civis que exercem as funções de piloto de aeronave (helicóptero) e de tripulante operacional.

O SAER foi a primeira unidade policial do RJ a operar com o helicóptero blindado HUEY II, em 2008.

Boa parte dos seus pilotos é oriunda da antiga Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA), sendo, por isso, bastante experientes.

A sede do SAER é na Avenida Borges de Medeiros, nº 1444, Lagoa, Rio de Janeiro, juntamente com a SAOA/CASA CIVIL.


3 - GRUPAMENTO DE OPERAÇÕES AÉREAS (GOA) - CBMERJ

O GOA é composto por Bombeiros Militares que exercem as funções de piloto de aeronave (helicóptero e avião), tripulante operacional/guarda-vidas e mecânico de aeronave.

O GOA foi a primeira unidade aérea do Brasil a operar com o avião de combate a incêndios modelo "AIRTRACTOR".

Infelizmente essa aeronave sofreu queda em Maio de 2010, havendo perda total do equipamento e falecimento da tripulação. Hoje o GOA opera apenas com helicópteros.

A sede do GOA é no Aeroporto de Jacarepaguá (SBJR), na Avenida Ayrton Senna, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro.


4 - SUBSECRETARIA ADJUNTA DE OPERAÇÕES AÉREAS (SAOA) - CASA CIVIL

A SAOA é uma evolução do que já foi a CGOA e, posteriormente a CAOA - Coordenadoria Adjunta de Operações Aéreas (Governo Rosinha Garotinho).

A SAOA é composta por Policiais Militares, Policiais Civis, Bombeiros Militares e outros colaboradores de outros órgãos públicos que exercem as funções de piloto de aeronave (helicóptero) e mecânico de aeronave.

Atualmente a SAOA não dispõe de tripulantes operacionais pois suas operações restringem-se ao transporte executivo de autoridades e personalidades.

A sede da SAOA é na Avenida Borges de Medeiros, nº 1444, Lagoa, Rio de Janeiro, juntamente com o SAER/PCERJ.


Cmte Duton

sábado, 3 de julho de 2010

A formação de pilotos no Brasil


A aviação no Brasil está dividida entre Aviação Civil e Aviação Militar.

A Aviação Militar abrange as aeronaves militares, sendo essas as pertencentes às Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica).

Todas as demais aeronaves brasileiras, incluindo as das Polícias Militares e dos Corpos de Bombeiros Militares do Brasil, são classificadas como aeronaves civis, integrando, portanto, a Aviação Civil.

Toda a Aviação Civil do Brasil está subordinada a uma agência reguladora criada em 2005 chamada ANAC - Agência Nacional de Aviação Civil.

A Lei Federal nº 11.182 / 2005 criou a ANAC e a tornou a autoridade de aviação civil brasileira.

Com natureza jurídica de autarquia especial, a ANAC é caracterizada por independência administrativa, autonomia financeira, ausência de subordinação hierárquica e mandato fixo de seus dirigentes.

Cabe à ANAC adotar as medidas necessárias para o atendimento do interesse público e para o desenvolvimento e fomento da aviação civil, da infra-estrutura aeronáutica e aeroportuária do País, atuando com independência, legalidade, impessoalidade e publicidade.

Para se tornar piloto de avião ou helicóptero, o candidato deve seguir as normas estabelecidas pela ANAC.

Para habilitar o piloto, devem ser atendidos os requisitos de idade, escolaridade, conhecimento, experiência, instrução de vôo e aptidão psicofísica.

Devido a complexidade do tema, para melhor conhecimento do assunto recomendo a leitura atenta do Regulamento Brasileiro de Homologação Aeronáutica (RBHA) Nº 61 que trata dos REQUISITOS PARA CONCESSÃO DE LICENÇAS DE PILOTOS E INSTRUTORES DE VÔO.

O documento pode ser encontrado na internet através de sites de busca, bastando escrever "RBHA 61" na janela de busca.

O mesmo RBHA 61 pode ser encontrado diretamente no site da ANAC: www.anac.gov.br

A carreira do piloto civil começa como PILOTO PRIVADO (PP), seja de avião ou helicóptero.

OBS: Existem significativas diferenças entre as carreiras de um piloto de avião e um piloto de helicóptero.

Somente a título exemplificativo, durante a fase das aulas práticas de voo, nota-se que o custo da hora de voo em um helicóptero de instrução é pelo menos 2 vezes maior que a hora de voo em um avião de instrução!!


Cumpridos todos os requisitos da ANAC, o candidato torna-se Comandante de aeronave ao final das instruções teóricas e práticas de Piloto Privado.

Aos Pilotos Privados é vedada a exploração comercial de suas carreiras, ou seja, os PP não podem ser remunerados pelas atividades aeronáuticas que exercerem.

Uma vez possuidor da habilitação de PP, o piloto civil pode evoluir na carreira para alçar o status de PILOTO COMERCIAL (PC).

Cumpridos todos os requisitos da ANAC, o Piloto Privado torna-se Piloto Comercial e aí sim poderá explorar comercialmente suas habilidades profissionais, ou seja, receber dinheiro para voar como piloto profissional.

A evolução da carreira do piloto civil termina na função de PILOTO DE LINHA AÉREA (PLA), que pouco se diferencia do Piloto Comercial, senão pelo elevado acúmulo de horas de voo exigidas como experiência profissional.

Ao PLA é exigida também a habilitação em Instrument Flight Rules (IFR), que vem a ser as "Regras de Voo por Instrumentos".

Uma vez habilitado em IFR, o piloto pode efetuar voos sob essas condições especiais de voo.

Ressalte-se que, desde Piloto Privado, o piloto civil pode conquistar a habilitação de IFR, bastando para tanto realizar os cursos teóricos e práticos, bem como aprovação nos exames da ANAC.

Outra vertente na carreira do piloto civil é a de INSTRUTOR DE VOO DE AVIÃO / HELICÓPTERO (INVA/H).

Para se tornar instrutor de voo o requisito mínimo é ser Piloto Comercial de Avião ou Helicóptero. O instrutor de voo pode, obviamente, explorar comercialmente suas habilidades.

É permitido aos pilotos civis acumular especialidades, ou seja, um piloto civil pode ser, ao mesmo tempo, PP de Avião (PPA) e PLA de Helicóptero (PLAH), ou vice versa.

O piloto civil pode, se quiser, ser PLA de avião e também de helicóptero. Pode ainda conquistar a habilitação de IFR em avião e usá-la como PLAH. São tantas as variações que explicitá-las todas aqui tornaria a postagem enfadonha.

Quem deseja ser piloto de avião e/ou helicóptero deve começar visitando o site da ANAC.

Depois disso, é recomendável visitar um ou mais Aeroclubes e/ou Escolas de Aviação.

Recomendo aos novatos que cumpram integralmente toda a parte teórica do curso de PP para somente após o exame intelectual da ANAC, iniciar as aulas práticas de voo.

As aulas práticas de voo são muito mais atraentes do que as aulas teóricas ministradas em sala de aula e podem, portanto, desviar o foco dos estudos para quem fizer as aulas teórica e práticas simultaneamente.

Cabe esclarecer que o Curso Teórico de PP é, hoje em dia, dispensável. O candidato a PP pode estudar por conta própria e ir realizar o exame intelectual na ANAC.

O curso teórico de PC é obrigatório e trata-se de um aprofundamento das disciplinas estudadas no curso teórico de PP, por isso, quem fizer um bom estudo de PP tem grandes chances de sucesso ao tentar o exame intelectual para PC da ANAC.

Para quem quiser se tornar piloto de avião ou helicóptero, o céu é o limite!

Bons voos!

Cmte Duton







Quero ser piloto da PMERJ

Foto: Daniel Miranda de Queiroz - GAM

A Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) possui hoje uma unidade especializada em aviação chamada Grupamento Aéreo e Marítimo (GAM).

O GAM foi criado em 21 de Março de 2002 como um desmembramento da antiga Coordenadoria Geral de Operações Aéreas (CGOA).

O GAM está dividido em 2 núcleos de policiamento: o Núcleo de Policiamento Aéreo (NPA) e o Núcleo de Policiamento Marítimo (NPM).

Além de pilotos e mecânicos de aeronaves, o GAM possui também Policiais Militares especialistas em embarcações e motores náuticos, que integram o Núcleo de Policiamento Marítimo (NPM).

Tratando especificamente do NPA, o GAM possui atualmente aviões e helicópteros.

Para ser piloto da PMERJ, o pré-requisito que o candidato deve ter é ser Oficial Subalterno do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC) da PMERJ.

Oficiais Combatentes são os Oficiais oriundos da Academia de Polícia Militar (APM), ou seja, aqueles que prestaram vestibular da UERJ e ingressaram na PMERJ como Aluno-Oficial.

A carreira de Piloto da PMERJ não está disponível para Oficias do Quadro de Oficiais de Saúde (QOS) nem do Quadro de Oficiais Auxiliares/Especialistas (QOA/QOE).

O primeiro passo para se tornar piloto da PMERJ é ser possuidor do ensino médio completo e prestar vestibular da UERJ para Oficial Combatente da PMERJ.

O candidato aprovado torna-se Aluno-Oficial da PMERJ e estuda por 3 anos na Academia de Polícia Militar Dom João VI, em Sulacap, RJ.

Declarado Aspirante-a-Oficial, o candidato deve passar por um período de estágio probatório na PMERJ até ser declarado Segundo-Tenente. Esse período leva, normalmente, 9 meses.

Uma vez ingressando no Oficialato da PMERJ, o Segundo-Tenente pode prestar concurso interno para a Escola de Aviação (EsAv) da PMERJ, que funciona no GAM.

O Segundo-Tenente (2 TEN) e o Primeiro-Tenente (1 TEN) do Quadro de Oficiais Combatentes (QOC) são os únicos Oficiais da PMERJ que podem prestar concurso interno para piloto de avião ou helicóptero.

Uma vez promovido a Capitão, o Oficial Combatente não mais pode pleitear uma vaga na Escola de Aviação (EsAv) da PMERJ. Isso se deve ao fato de que a formação de um piloto é longa e gradual e requer altos investimentos.

Vislumbra-se, com essa restrição dos candidatos, que os Oficiais Subalternos selecionados para a EsAv sejam formados pilotos ao longo de alguns anos e restem outros vários anos de serviço para atuar como piloto na PMERJ, retribuindo os investimentos recebidos pela Corporação.

Candidatos a piloto já no posto de Capitão, Major ou Tenente-Coronel terão, em tese, menos tempo de serviço na PMERJ e o investimento na formação desse piloto pode não se mostrar economicamente viável.

RETIFICAÇÃO: As INSTRUÇÕES REGULADORAS para o próximo Curso de Piloto Policial a ser realizado pela Escola de Aviação da PMERJ (EsAv) em janeiro de 2011 permite que CAPITÃES SEM CAO possam concorrer no processo seletivo.

As INSTRUÇÕES REGULADORAS do referido curso estão no BOL PM 130 de 26 de Julho de 2010.


Em síntese, para ser piloto da PMERJ o candidato deve seguir 15 passos:

1 - Ser possuidor de ensino médio completo;

2 - Prestar vestibular promovido pela UERJ para Oficial Combatente da PMERJ e ser aprovado;

3 - Realizar o Curso de Formação de Oficiais (CFO) realizado na Academia de Polícia Militar Dom João VI, em Sulacap. O CFO tem duração de 3 anos, sendo a maior parte desse tempo em regime de internato;

4 - Ser declarado Aspirante-a-Oficial PM e realizar estágio probatório nesse posto. Esse estágio probatório leva, em média, 9 meses e é realizado em alguma Organização Policial Militar (OPM). Via de regra o Aspirante-a-Oficial PM não pode seguir da Academia diretamente para o GAM.

5 - Concluído o estágio probatório, ser declarado Segundo-Tenente PM e prestar concurso interno para a Escola de Aviação (EsAv) da PMERJ. O candidato a piloto só pode ingressar na EsAv como Segundo-Tenente, Primeiro-Tenente ou Capitão sem o Curso de Aperfeiçoamento de Oficiais (CAO);

6 - Uma vez aprovado em concurso interno para a EsAv, o candidato a piloto deve ser aprovado em exames médicos, físicos e psicológicos realizados na PMERJ e em órgão da Aeronáutica;

7 - Superadas as fases de exames médicos, físicos e psicológicos o candidato a piloto inicia os estudos específicos da carreira de piloto, a saber:

- Regulamentos de Tráfego Aéreo,
- Meteorologia Aeronáutica,
- Teoria de Voo e Aerodinâmica,
- Conhecimentos Técnicos das Aeronaves,
- Navegação Aérea,
- Regulamentação da Profissão do Aeronauta,
- Noções de Direito Aeronáutico, e,
- Introdução ao Sistema de Aviação Civil.

OBS: A EsAv/PMERJ promove ainda atividades acadêmicas extra-classe em órgãos da Marinha da Brasil (UTEPAS) e da Aeronáutica (IFISAL), bem como visitas guiadas a locais de interesse como, por exemplo, a Torre de Controle Aéreo do Aeroporto Internacional do Galeão (SBRJ), no Rio de Janeiro.

8 - Cumprida a carga horário do curso teórico de piloto e aprovado nos exames intelectuais da Escola de Aviação da PMERJ, o candidato a piloto presta o exame intelectual da Agência Nacional de Aviação Civil (ANAC) para Piloto Privado de Helicóptero ou Avião.

9 - Aprovado no exame intelectual da ANAC, o candidato a piloto da PMERJ inicia as aulas práticas de voo.

OBS: Para iniciar essa fase o candidato a piloto deve aguardar a realização de um processo licitatório realizado pela PMERJ para a escolha e contratação de escola de aviação devidamente homologada pela ANAC.

10 - Aprovado nas aulas práticas de voo, o candidato a piloto da PMERJ obtém da ANAC a habilitação de Piloto Privado (PP) de Avião ou Helicóptero.

11 - Com a habilitação de PP, o candidato a piloto da PMERJ deve prestar novo exame intelectual da ANAC, desta vez para Piloto Comercial (PC) de Avião ou Helicóptero.

OBS: Apenas com a habilitação de PP o candidato a piloto da PMERJ não pode exercer suas funções a bordo das aeronaves da PMERJ. Essa é uma limitação legal imposta pela ANAC.

12 - Aprovado no exame intelectual da ANAC para Piloto Comercial (PC), o candidato a piloto da PMERJ deve iniciar as aulas práticas de voo de Piloto Comercial (PC).

OBS: Para iniciar essa fase o candidato a piloto deve aguardar a realização de um processo licitatório realizado pela PMERJ para a escolha e contratação de escola de aviação devidamente homologada pela ANAC.

13 - Aprovado nas aulas práticas de voo de PC, o candidato a piloto da PMERJ obtém da ANAC a habilitação de Piloto Comercial (PC) de Avião ou Helicóptero.

14 - Com a habilitação de PC, o candidato a piloto da PMERJ deve iniciar estágio de adaptação em voo nas aeronaves da PMERJ.

15 - Aprovado pelo Conselho de Voo do GAM, o candidato a piloto da PMERJ torna-se co-piloto das aeronaves da PMERJ e inicia assim uma carreira ímpar dentro da Corporação!

OBS: Para ser Comandante de uma aeronave da PMERJ o piloto deve possuir experiência mínima de 500 (quinhentas) horas de voo e ser aprovado pelo Conselho de Voo do GAM para a função de Comandante de aeronave. Essa é uma exigência contratual da seguradora das aeronaves do Estado do Rio de Janeiro.

Parece difícil??

E é mesmo, mas não é impossível!

Com perseverança e muita dedicação é possível conquistar essa que é hoje uma das carreiras mais cobiçadas dentro da PMERJ.

Para o candidato a piloto da PMERJ que for possuidor de ensino médio e que vai prestar vestibular da UERJ para ingresso na APM, o tempo necessário até se tornar um co-piloto nas aeronaves da PMERJ será de, no mínimo 6 anos, contados a partir da publicação do edital para o vestibular da UERJ.

Para o candidato a piloto da PMERJ que já for Oficial Subalterno (2 TEN OU 1 TEN) do Quadro de Oficiais Combatentes da PMERJ, o tempo mínimo para se tornar um co-piloto das aeronaves da PMERJ será de, no mínimo 2 anos, contados a partir da publicação do edital para concurso interno da EsAv/PMERJ.

Boa sorte e bons voos!

Cmte Duton

P.S.: Quer um estímulo para se tornar piloto da PMERJ?

Quando eu comecei a minha carreira de aviador, em 2001, sequer existia o GAM.

Também não existia esse blog aqui para se saber exatamente quais seriam as barreiras a serem ultrapassadas...

Também no começo da minha carreira de aviador, sofri muito com o "pano preto" colocado por pilotos já formados que, ao invés de ajudar, gostavam de contar histórias supervalorizando suas habilidades... Isso em nada estimulava os novos candidatos, pelo contrário, nos fazia desanimar e acreditar que os que já eram pilotos eram verdadeiros Deuses!!

Ainda bem que a MENTALIDADE hoje é outra e, se você quer ser piloto da PMERJ, vá em frente e NÃO DESISTA!

Por maiores que sejam os obstáculos, a gente os supera com perseverança e muita dedicação!

Se você leu essa postagem até aqui, já tem um bom começo para se tornar piloto da PMERJ, pois sabe exatamente todo o caminho a percorrer até conquistar seu sonho!

Vá e vença!

Quero ser um Policial Militar


Se você quer ser Policial Militar, prepare-se para uma carreira repleta de desafios!

Na Polícia Militar do Estado do Rio de Janeiro (PMERJ) existem diversas portas de entrada que você pode escolher face às suas qualificações.

Tendo uma estrutura militar semelhante à do Exército Brasileiro, a PMERJ está hierarquizada da seguinte forma:

OFICIAIS SUPERIORES: Coronel (CEL), Tenente Coronel (TEN CEL) e Major (MAJ).

OFICIAIS INTERMEDIÁRIOS: Capitão (CAP)

OFICIAIS SUBALTERNOS: Primeiro Tenente (1 TEN) e Segundo Tenente (2 TEN)

PRAÇAS ESPECIAIS: Aspirantes-a-Oficial (ASP OF) e Aluno-Oficial (AL OF ou Cadete)

PRAÇAS: Sub-Tenente (SUB TEN), Primeiro Sargento (1 SGT), Segundo Sargento (2 SGT), Terceiro Sargento (3 SGT), Cabo (CB) e Soldado (SD).

Nas Polícias Militares não existem os Oficiais Generais tal como existem no Exército Brasileiro. Os Oficiais Generais são superiores hierárquicos aos Oficiais Superiores.

Para ingressar na PMERJ é necessário concurso público.

Para ingressar na carreira de Praça da PMERJ é necessário ter o ensino médio completo e ser aprovado em concurso público. O Curso de Formação de Soldado (CFSD), por exemplo, tem duração aproximada de 7 meses.

Para ingressar na carreira de Oficial da PMERJ é necessário ter o ensino médio completo e prestar vestibular da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). O Curso de Formação de Oficiais (CFO) tem duração de 3 anos e, em boa parte desse tempo, o regime é de internato. Aprovado no vestibular da UERJ, o candidato ingressa como Aluno-Oficial (Cadete) da PMERJ.

Quem é possuidor de ensino superior na área de saúde (médico, dentista, psicólogo, veterinário, etc) pode ingressar na PMERJ como Oficial Subalterno, mediante concurso público especialmente realizado para esse fim.

Existem outras formas de ingresso na PMERJ que podem ser melhor detalhadas no site oficial da PMERJ: www.policiamilitar.rj.gov.br

Bos sorte!

Cmte Duton

Quem é considerado Comandante?


Comandante é um termo usado nas Forças Armadas, Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares, Marinha Mercante e Aviação civil para designar uma FUNÇÃO DE COMANDO ou uma GRADUAÇÃO PERMANENTE.


Sob a ótica do Direito Aeronáutico, Comandante é o membro-chefe da tripulação de uma aeronave.


O Art 165 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7565/86) diz que:


"Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação, designado pelo proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a viagem".


O Comandante é, portanto, o responsável pela operação e segurança da aeronave.

Os demais membros da tripulação ficam subordinados, técnica e disciplinarmente, ao Comandante da aeronave.

O Comandante exerce autoridade inerente à função desde o momento em que se apresenta para o vôo até o momento em que entrega a aeronave, concluída a viagem.

O piloto de avião ou helicóptero torna-se Comandante de sua aeronave ao realizar o seu cheque de Piloto Privado.

A partir desse momento o piloto privado (PP) está apto a pilotar sua aeronave exercendo uma função de comando, ou seja, como Comandante.

Cmte Duton