segunda-feira, 29 de outubro de 2012

DISCOVERY CHANNEL - Águias da cidade 3º episódio

A série "Águias da cidade", uma superprodução do DISCOVERY CHANNEL, tem sido um enorme sucesso e motivo de muitos comentários nas redes sociais e nas unidades aéreas do Brasil.

Verdadeira referência nacional em termos de aviação de segurança pública e defesa civil, o Grupamento de Radiopatrulha Aérea (GRPAe) da PMESP merecia mesmo ser objeto de uma série de televisão do porte do DISCOVERY CHANNEL, face à grandeza da sua área de atuação e às dificuldades por eles enfrentadas diariamente.

No terceiro episódio da série, está muito bem retratada a rotina frenética dos resgates aeromédicos realizados pelo GRPAe/PMESP.

Foi um enorme prazer rever amigos com quem voei na BRPAe-CAMPINAS como o Dr JORGE RIBERA (Gerente Operacional do GRAU) e o CAP HARLEY FERREIRA (Piloto Comandante e então SCMT da BRPAe-Campinas).

Guardo na memória com especial carinho um voo que fiz com o CAP HARLEY e o Dr JORGE:

- Decolamos da BRPAe-CAMPINAS para socorrer uma vítima que teve a mão amputada em um acidente numa fábrica.

Conduzimos a vítima para o Hospital da UNICAMP. Naquele dia, não havia no local um médico especialista em cirurgia de recolocação de mão, o que nos obrigou a seguir de Campinas para a Capital do Estado de São Paulo, com destino ao Hospital das Clínicas.

No caminho entre Campinas e SP, na altura de Jundiaí, eu estava me familiarizando com as cartas aeronáuticas da capital quando, diante de um espaço aéreo tão complexo e subdividido, exclamei para todos a bordo: "P***, São Paulo é grande pra C***".

Ato contínuo, o Dr JORGE não perdeu a oportunidade de me sacanear e emendou: "Esse povo de cidade pequena é uma M***". A gargalhada a bordo foi geral!

Nascido e criado na cidade do Rio de Janeiro, com seus 6 milhões de habitantes espremidos entre o mar e as montanhas, tive que "arquivar" essa brincadeira e dar razão ao meu amigo Dr JORGE: Entrando no espaço aéreo da capital do Estado de São Paulo, senti-me de fato um interiorano… kkkk

Abaixo, algumas fotos dessa ocorrência e, em seguida, o 3º episódio da série "Águias da cidade".

Acidente em fábrica amputou mão direita da vítima. O Dr JORGE presta o
primeiro e crucial atendimento ainda no local da ocorrência.

Águia pousado no heliponto do hospital da UNICAMP: neste dia não havia
médico cirurgião especialista em mão. Seguimos para o HC em São Paulo.

A noite e a chuva fina caem em São Paulo e o Águia pousa no heliponto 
elevado do Hospital das Clínicas: Belo pouso, Cmte HARLEY!

Com o amigo Cmte HARLEY: perícia, tranquilidade e simpatia constantes!




Cmte Duton

P.S.: Por fim, uma caricatura minha feita pelo CB PM CRUZ (Enfermeiro da BRPAe-CAMPINAS). Quem conhece Campinas e conseguir ler o que está escrito ao lado do desenho da piscina entende a piada… kkk

Tem cada ARTISTA na BRPAe-CAMPINAS… Valeu Cruz!!!

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

GAM-PMERJ realiza treinamento com Bambi Bucket

Na quarta-feira dia 24 de outubro de 2012 pilotos Comandantes e Tripulantes Operacionais do Grupamento Aeromóvel (GAM) da PMERJ realizaram treinamento em voo com o emprego do Bambi Bucket na Baía de Guanabara, próximo a São Gonçalo (RJ).

Com o Bambi Bucket cheio de água, a carga externa fica em torno de meia tonelada.


Acoplado ao gancho de carga (cargo hook) do helicóptero "Esquilo" AS 350 B3, que suporta até 1.160 Kg, o Bambi Bucket é um cesto dobrável capaz de transportar e alijar 455 litros de água de uma só vez.

Muito utilizado em combate a incêndios, o treinamento com o Bambi Bucket requer muita precisão e excelente coordenação de cabine entre o piloto e o tripulante. O lançamento da água pode ser feito sem a ajuda dos Tripulantes Operacionais, mas atingir o alvo fica muito mais difícil...

O exato momento do lançamento da água sobre o alvo: 
necessidade de uma coordenação de cabine perfeita.


A instrução foi ministrada pelo CEL PM Eduardo Luiz Brandão Ribeiro, e foi direcionada para 5 pilotos Comandantes do GAM: RMO, AFO, LEI, DUT e GON. Os Tripulantes Operacionais que participaram da instrução foram: FIL, REI, AQU e WJR. Outros pilotos Comandantes e Tripulantes Operacionais ainda realizarão esse mesmo treinamento em momento oportuno.

O vídeo a seguir foi feito e narrado por mim com uso de um smartphone. Nele está registrada uma passagem completa com o uso do Bambi Bucket, desde a captação da água do mar até o seu preciso lançamento sobre o alvo (um bloco de concreto existente na Baía de Guanabara) realizado pela dupla GON-WJR.


Cmte Duton

terça-feira, 23 de outubro de 2012

DIA DO AVIADOR: Site "PILOTO POLICIAL" reproduz matéria do jornal "O GLOBO"


A aviação policial e de defesa civil existe no Brasil há algumas décadas, mas apenas recentemente uma região do país passou a ter notícias fidedignas sobre o que acontece em outros locais.

Durante muitos anos as notícias sobre a aviação policial e de defesa civil eram setorizadas e pouco ou nada sabíamos sobre o que acontecia no Estado vizinho, quiçá fora do país...

Visionário e inovador, o MAJ EDUARDO BENI, da POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO, percebeu que na nossa atividade não existia um canal de comunicação que unisse todos os grupamentos e unidades aéreas do país em torno das notícias sobre a nossa profissão, o que o levou a criar o site "PILOTO POLICIAL".

Estrondoso sucesso de público e de crítica, o site "PILOTO POLICIAL" logo tornou-se uma referência nacional como sendo o principal divulgador das notícias sobre a Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil no Brasil. Seu criador, um piloto veterano do GRPAe/PMESP (Eduardo Beni), publica seus artigos de forma isenta e bastante profissional, conferindo-lhe a credibilidade que qualquer site precisa.

O site "PILOTO POLICIAL" reúne informações nacionais e internacionais e as divulga para todo o Brasil. As mesmas informações sobre a Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil que circulam em São Paulo e no Rio de Janeiro também circulam no Acre, no Amazonas, em Rondônia, no Amapá e em outras regiões mais distantes das grandes metrópoles brasileiras. 

Dentre outras funções, o site "PILOTO POLICIALdemocratizou o acesso às informações sobre a nossa atividade e ajudou a integrar as unidades aéreas policiais e de defesa civil de todo o Brasil.

É nesse verdadeiro "JORNAL NACIONAL" da Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil do Brasil que foi reproduzida a matéria do jornal "O GLOBO" da qual fiz parte como entrevistado, uma grande honra para qualquer AVIADOR, ainda mais por estar em pauta no nosso dia 23 de Outubro!!

Muito obrigado pelo prestígio, amigos administradores do "PILOTO POLICIAL" (Eduardo Beni e Alex Mena Barreto), mas as maiores homenagens deste DIA DO AVIADOR são para vocês, que criaram e mantém o maior portal da Aviação de Segurança Pública e Defesa Civil do Brasil!

Cmte Duton

P.S.: Este humilde e despretencioso blog só foi criado meses depois do site "PILOTO POLICIAL" e teve como estímulo e referência o sucesso do aludido portal.



CARREIRA DOS SONHOS
Alunos de escolas de excelência e filhos de famílias de classe média encontraram na PM a realização profissional
Eles estudaram em colégios particulares caros e de referência, falam outras línguas, têm pais de classes média e média alta, e alguns até moraram fora do Brasil e receberam educação europeia. O currículo seria de qualquer empresário bem-sucedido, mas em comum eles têm o amor incondicional pela farda e a opção de ser PM. Diferentemente da realidade da maioria da tropa, que faz concurso em busca de estabilidade, eles são oficiais por vocação e ascenderam na corporação graças à educação de excelência que receberam.
A paixão pela ação policial e por voar começou quando Rodrigo Duton ainda era criança. Ele foi aluno do Colégio São Bento e, com 8 anos, época em que seus pais pensavam num futuro de sucesso para o filho, Rodrigo já sonhava com helicópteros e a carreira de policial. Hoje com 37 anos, ele é major, comandante e piloto do Grupamento Aeromarítimo (GAM) da PM.
- Certa vez estava no Tívoli Parque com minha família e não queria saber dos brinquedos. Ficava com o rosto colado na grade, olhando os helicópteros da polícia que pousavam na Lagoa – conta ele, que guarda como relíquia o desenho que fez, na ocasião, de um helicóptero com a palavra “polícia” escrita.
A boa formação levou Duton do ensino médio diretamente para o curso de engenharia naval da UFRJ. Mesmo sem militares na família, ele abandonou a universidade e resolveu cursar a Academia da Polícia Militar:
- Sei que dei um susto nos meus pais, mas na PM realizei meu sonho profissional.
A carreira de piloto da PM também atraiu André Penha Brasil, de 34 anos, hoje capitão. Neto de general e filho de diplomata, ele nasceu em Madri, na Espanha, e estudou na Escola Britânica, na Malásia:
- Meus estudos abriram portas, mas em nenhum outro lugar eu seria feliz.
Formado em direito, com francês e inglês fluentes, além de cursos de especialização na França e na Suíça, o subcomandante do Batalhão de Ações com Cães, major Vitor Valle, disse que na PM realizou o seu sonho de criança.
- Tudo o que tenho devo à escolha que fiz de ser PM.

Fonte: Jornal O Globo, por Ana Cláudia Costa, via Blog Cmt Duton.
Leia também: Como nasce e como trabalha um piloto policial.

E por fim, o HINO DOS AVIADORES, cantado e legendado. Vale a pena assistir!


domingo, 21 de outubro de 2012

A boa formação de uma tropa da elite

O jornal "O GLOBO" deste domingo dia 21 de Outubro de 2012 traz uma matéria sobre a boa formação escolar de alguns Oficiais da PMERJ.

Jornal "O GLOBO" -  domingo 21 de outubro de 2012


Honrado por estar entre os entrevistados e completando 15 anos de serviço na PMERJ, hoje posso garantir que essa aparente minoria pertencente à "Tropa da elite" está em franca expansão não só na PMERJ, mas também em várias outras corporações militares que conheço.

Tendo viajado bastante pelo Rio de Janeiro e pelo Brasil a trabalho, conheci dezenas de profissionais muito bem formados, seja na PMERJ, seja na PMESP, na PMDF, na PMMG, na PMAM e em tantas outras co-irmãs. Raciocínio análogo aplica-se aos Corpos de Bombeiros e às Polícias Civis do Brasil.

Parece-me que, ingressar nas POLÍCIAS MILITARES do Brasil, é hoje uma boa opção profissional. O futuro profissional de cada Policial Militar vai depender de qual RUMO NA CARREIRA cada um vai querer seguir… 

Ainda lutamos contra o preconceito de parte da população, que tem uma visão bastante superficial e estreita a respeito da nossa profissão. A Polícia é indispensável para qualquer sociedade e, se temos "maçãs podres" em nosso meio, é porque não viemos de Marte nem de Júpiter, mas sim da mesma sociedade que nos critica de forma generalizada…

Como diria um famoso comercial da televisão: (preconceituosos com as Polícias) "está na hora de você rever os seus conceitos!"

Desejo que esta reportagem do jornal "O GLOBO", um dos jornais mais lidos pela classe A do Rio de Janeiro, estimule jovens idealistas e bem intencionados a ingressar na "Tropa da Elite" que é a PMERJ.

Cmte Duton

P.S.: Agradecimento especial à simpática repórter policial ANA CLAUDIA COSTA e a fotógrafa DANIELA DACORSO.  

Abaixo o desenho que fiz aos 8 anos de idade, em 1982, citado na reportagem do Jornal "O GLOBO".



sexta-feira, 19 de outubro de 2012

DISCOVERY CHANNEL - Águias da cidade 2º episódio

Dando continuidade a divulgação da superprodução do DISCOVERY CHANNEL sobre o trabalho do maior Grupamento Aéreo do Brasil, o GRPAe da PMESP, divulgo o segundo episódio da série "Águias da cidade". 

Existem passagens hilárias nesse episódio, como por exemplo, a do copiloto novato que faz um pouso "duro" com o arisco helicóptero "AS-350 Esquilo" e diz para o Comandante da aeronave: "…quer voar suave vai de TAM!"… Apoiado, Copila!!! kkkk

Outra passagem muito boa é a do voo de adaptação do TEN CEL Falconi no helicóptero bimotor modelo EC 135, utilizado para transporte de autoridades no GRPAe.

Sendo instruído pelo TEN CEL Gambaroni, o TEN CEL Falconi faz uma decolagem para dentro do efeito solo (IGE) e, com dificuldades de dominar a aeronave, cujo rotor principal gira em sentido oposto ao do "Esquilo", o TEN CEL Falconi solta a máxima: "C**** Gambaroni! Segura aí!!!" 

A risadinha do TEN CEL Gambaroni não tem preço… kkkk

Qual o piloto em instrução em um novo tipo de helicóptero que nunca soltou uma dessa para o seu instrutor?? Aquele que nunca disse isso que atire a sua primeira CIV!!! kkkk 

Enfim, o episódio está imperdível!! Boa diversão!

Cmte Duton


terça-feira, 16 de outubro de 2012

DISCOVERY CHANNEL: Águias da cidade - 1º Episódio

É com grande satisfação que reproduzo abaixo em meu blog o vídeo do primeiro episódio da série semanal "AGUIAS DA CIDADE", produzido pelo DISCOVERY CHANNEL.
Verdadeira superprodução, o episódio retrata com fidelidade o cotidiano do maior grupamento aéreo do Brasil, o GRPAe (Grupamento de Radio Patrulha Aérea) da PMESP.
Os ÁGUIAS da PMESP atuam diariamente em ocorrências policiais e aeromédicas, além de promoverem os treinamentos de formação dos futuros pilotos. Tudo isso está retratado neste primeiro episódio. Vale a pena assistir cada minuto.
Amanhã, quarta-feira dia 17/10, tem mais!!

Cmte Duton


sábado, 13 de outubro de 2012

O primeiro piloto comercial de helicóptero do Brasil


Reproduzo em meu blog um interessante artigo publicado pelo site PILOTO POLICIAL, iniciativa do MAJ PMESP Eduardo Beni, criador do site e autor do presente texto. 
O artigo nos ensina quem foi o primeiro Piloto Comercial de Helicóptero do Brasil, o Cmte CARLOS ALBERTO ALVES. As fotos de época enriquecem o artigo, uma verdadeira relíquia a respeito da atividade aérea no Brasil.

Resgatar a história de pessoas ilustres e que contribuíram para a nossa aviação não é tarefa fácil. Todos os voos que realizamos, nossas missões, nossas vitórias e derrotas, contribuem para a edificação da aviação no Brasil, mas na correria do dia-a-dia não nos apercebemos que nossas ações, mesmo que singelas, podem trazer resultados decisivos e significativos no futuro.
Hoje, as informações são instantâneas, elas nos encontram onde estivermos, mas e aquelas que, de forma mágica, deram um significado para o que somos e fazemos hoje? Perdemos, por vezes, nossas memórias, mas, pouco a pouco, vamos reencontrando nossas raízes, nossas origens.
Não fosse o zelo de alguns, como o do Comandante Cláudio Finatti, guardando recortes de jornais, fotos, cartas, etc, essa história seria perdida, mas vamos eternizá-la. A Gazeta Mercantil, em 1999, na edição de 22 de outubro, publicou a matéria “Lembranças do primeiro piloto de helicóptero” escrita pelo jornalista Álvaro de Oliveira e no mesmo ano a APHESP, hoje ABRAPHE, publicou um folder em sua homenagem. Mas então, quem foi afinal essa ilustre pessoa? Foi o Comandante Carlos Alberto Alveso primeiro dos primeiros.
Essa história começou há muito tempo, quando com apenas 15 anos, meados de 1939, arriscava algumas manobras no avião do seu pai, um Taylor (aparelho inglês semelhante ao paulistinha), sempre que os dois deixavam o aeroclube de Garça,  no interior de São Paulo.
Aos 17 anos, Carlos Alberto deixou São Paulo e foi para Porto Alegre, onde ingressou no Exército. Quando completou 18 anos, idade mínima obrigatória para tirar o brevê, não resistiu à tentação de pilotar e abandonou a carreira militar. O próximo destino seria a Escola de Aviação do Campo de Marte, zona norte de São Paulo, até então uma referência da aviação nacional.
Na Escola, o futuro piloto preencheu as 25 horas necessárias para obter sua licença. Poucos anos separaram o dia em que o comandante colocou as mãos na carteira do seu primeiro emprego como piloto. Por intermédio de um dos grandes entusiastas da aviação, o comandante Renato Arens, fundador da UBAC, União Brasileira de Aviadores Civis em 1947, foi contratado por fazendeiros para cuidar da pulverização de plantações de café no interior de São Paulo.
Sem titubear, Carlos Alberto topou a empreitada. “Quando cheguei na fazenda, Arens contou que eu teria que trocar o avião pelo helicóptero”, disse Carlos Alberto. “Eu mal sabia que minha paixão pelos helicópteros estava apenas começando”.
O Comandante trocou, então, a segurança e o conforto dos aviões pela liberdade e o risco maior de voar num helicóptero. “Não era tão seguro como hoje, mas voávamos baixo e não faltava espaço na cidade para aterrissar no caso de uma pane.”
O preço de um helicóptero, segundo o comandante, era dez vezes maior que um avião de pequeno porte. O motivo pelo qual os fazendeiros resolveram comprar o Bell 47-D era a eficiência no processo de pulverização. O aparelho chegou ao Brasil completamente desmontado e passou pela alfândega no porto de Santos. Os técnicos montaram no “campinho”(como fora carinhosamente batizado o Campo de Marte) e, em seguida, o helicóptero foi conduzido para o interior. “Fiz apenas quatro horas de treinamento” afirmou.
O comandante trabalhou na fazenda entre 1948 e 1951, quando o governador Adhemar de Barros fez uma oferta irrecusável aos proprietários. “Adhemar resolveu comprar o helicóptero e acabou me levando de brinde”, comentou Carlos Alberto. Contratado pela VASP, Carlos Alberto se consagraria como o primeiro piloto de helicóptero de uma empresa aérea brasileira e de um governador.
Para contextualizar a importância desse momento histórico, Adhemar de Barros foi duas vezes governador de São Paulo (1947–1951 e 1963–1966) e além de médico, empresário e influente político brasileiro era também aviador. Tirou seu brevê na Europa no período em que fez cursos de especialização em medicina. Conta a história que Adhemar foi o precursor do uso intensivo de aeronaves na Administração Pública e nas campanhas políticas e, certamente, foi o primeiro político a utilizar o helicóptero para o seu transporte. Carlos Alberto foi esse piloto.
O detalhe é que não havia nessa época licença para esse tipo de aeronave, assim, o comandante, após seu treinamento e acúmulo de horas de voo, deu instrução ao “checador” da Força Aérea, que o examinou logo após e recebeu a licença de piloto comercial de helicóptero N° 001, instituída em 1952, pela então Diretoria de Aeronáutica Civil.
No início dos anos 50, o vertiginoso crescimento da aviação comercial e a inevitável modernização do Aeroporto de Congonhas, que já despontava como um dos mais movimentados do mundo em transporte de cargas e passageiros, com seus barulhentos quadrimotores transoceânicos Douglas DC-4, Constellations e os Boing 377 Stratocruiser, tiveram que dividir o espaço aéreo da capital com um Bell 47-D, matrícula PP-H1, que mais tarde passou para PP-HAA, pilotado por Carlos Alberto.
O Comandante também transportou mercadorias leves para a Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo e colaborou no replorestamento da Serra da Cantareira. “Arremessamos milhares de sementes de árvores na Cantareira.”
A convivência com Adhemar de Barros, revelou, Carlos Alberto, sempre foi pacífica e amistosa. “Ele adorava voar em São Paulo para Campos do Jordão, seu refúgio preferido.” O fato mais inusitado aconteceu quando o governador pediu para o comandante pousar na região do Ibirapuera só para comprar um pastel na barraca da feira. “Naquela época era perfeitamente possível”, afirmou.
Carlos Alberto passou por momentos marcantes, como o primeiro voo de helicóptero da vida do caudilho Getúlio Vargas. “Tentei demovê-lo da ideia, explicando que o presidente estava arriscando a vida ao usar um meio de transporte não tão seguro; foi como se eu tivesse falado para um surdo”, brincava o comandante.
A carreira do aviador passou por momentos emocionantes, como o sobrevoo do edifício Joelma, consumido pelo fogo em fevereiro de 1974. Carlos Alberto presenciou o suicídio de dezenas de pessoas que não tinham como escapar das chamas. “Meu helicóptero foi o primeiro a chegar, não tinha onde pousar e assistia ao desespero das vítimas sem nada poder fazer”, mas a história conta de forma diferente sobre sua participação nesse incêndio. O Comandante sempre foi uma pessoa modesta.
Para relembrar, o incêndio do edifício Joelma ocorreu dois anos depois do incêndio do edifício Andraus. Diferente deste, o helicóptero UH-1H da FAB, foi a única aeronave a ser utilizada, efetivamente, na retirada das vítimas do telhado do edifício Joelma. (Em breve será contada essa história)
Outras aeronaves estiveram no local, mas por conta do forte calor e do Joelma não possuir heliponto, somente o helicóptero da FAB conseguia aproximar-se do telhado. Mas, mesmo assim, num momento insólito e de extrema audácia, o Comandante Carlos Alberto, com a ajuda do Eng. Carlo de Bellegarde de Saint Lary, pousou um Bell Jet Ranger 206A, PT-HBN (SN 229 – 1967/68), da empresa Pirelli, sobre uma pequena laje de um prédio vizinho ao Joelma. Ali, os bombeiros passaram cordas, ligando os dois prédios e tentavam retirar as pessoas que agonizavam no edifício em chamas. A imagem abaixo fala por si só.
Esse foi só o início de sua história. Ele foi o primeiro dos primeiros! Comandante Carlos Alberto Alves.

Autor
Texto adaptado por Eduardo Alexandre Beni, Major da Polícia Militar de São Paulo, Grupamento de Radiopatrulha Aérea. É piloto comercial de helicóptero e instrutor de voo.

Referências
1) Gazeta Mercantil, edição de 22 de outubro de 1999, “Lembranças do primeiro piloto de helicóptero”, por Álvaro de Oliveira;
2) Folder da APHESP, hoje ABRAPHE, de outubro de 1999, e
3) Acervo do Comandante Cláudio Finatti.

Cmte Duton

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Como nasce e como trabalha um piloto policial


Quando eu era criança, entre os 6 e os 10 anos de idade, meus pais me levavam para brincar num parque de diversões que existia na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

O parque era o TIVOLI PARK, que ocupava o lugar onde hoje é o PARQUE DOS PATINS.


O TIVOLI PARK tinha roda gigante, trem-fantasma, auto-pista, carrossel, montanha russa, montanha russa com looping, macaca Konga, carrinho bate-bate e muitas outras atrações… era um excelente programa de final de semana passar um dia inteiro no TIVOLI PARK da Lagoa.

Em uma das minhas visitas ao TIVOLI PARK me dei conta que, vizinho ao parque, existia um lugar que tinha "brinquedos" muito mais legais… era o HELIPORTO DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, onde helicópteros operados pela Polícia Civil, pelo Corpo de Bombeiros e outros órgãos estatais pousavam e decolavam várias vezes ao dia.

Fui em direção aos helicópteros que pousavam e decolavam e a grade que dividia os terrenos do TIVOLI e do heliporto ficava bem atrás do trem fantasma.

Trem fantasma do TIVOLI PARK da Lagoa - anos 80

Desde que descobri isso, a minha maior diversão passou a ser acompanhar os pousos e decolagens dos helicópteros encostado na grade divisória dos terrenos. Percebi que aquele "brinquedo que voava com um ventilador em cima" me parecia muito mais legal do que qualquer atração do TIVOLI PARK.

Tenho certeza que foi nessa época que nasceu meu sonho de ser piloto de helicóptero. Afinal de contas, eu logo percebi que tinha gente muito feliz voando dentro daqueles "brinquedos"...

Eu deveria ter uns 7 ou 8 anos nessa época e, no colégio onde eu estudava (Colégio de São Bento) eu tinha uma aula semanal de "Desenho Artístico".

Era comum nas aulas de Desenho Artístico a gente colocar no papel situações vividas durante o final de semana. 

Numa dessas aulas, lá pelo ano de 1982/1983, eu produzi uma "obra de arte" que hoje serve como PROVA MATERIAL que ser piloto de helicóptero era mesmo o meu sonho de infância… 

Vejam no desenho abaixo, que ficou guardado dentro de uma pasta por mais de 30 anos, que tenho como provar ter realizado meu sonho de infância:


  
Para facilitar a compreensão a respeito da minha "obra de arte", segue a legenda:

Isto é a Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do helicóptero


Isto é a praia de Ipanema, também vista do helicóptero.
Os pontos coloridos são as pessoas e não bolas!


Estes são os prédios e uma casa da zona sul do Rio. Perfeita reprodução, não?


Este é o sol, sempre feliz. Nunca vi um sol chorando…


Este era o nome oficial do órgão da Polícia Civil que operava no local.
Depois descobri que o órgão do Estado era a lendária CGOA
COORDENADORIA GERAL DE OPERAÇÕES AÉREAS


Para quem não percebeu, este é o helicóptero.
Reparem na riqueza de detalhes: podemos ver que trata-se de um 
helicóptero de configuração simples, com um rotor principal e um de cauda,
trem de pouso fixo (esquis) e aparentemente bastante robusto.
Estaria eu antevendo a compra do "Caveirão"??? kkk


Tenho que confessar que essa caligrafia horrorosa continua até os dias de hoje… 

Resolvi publicar em meu blog este desenho, relíquia guardada com carinho por meus pais e por mim durante 3 décadas, para provar algo que aprendi desde pequeno: se quisermos mesmo alguma coisa, temos que ACREDITAR QUE SOMOS CAPAZES E FAZER TODO O POSSÍVEL PARA ATINGIR NOSSOS OBJETIVOS.

(…)

Entrei para a Escola de Formação de Oficiais (EsFO) da PMERJ no final de 1997. 

Em 21 de março de 2002 fui um dos fundadores do GRUPAMENTO AÉREO E MARÍTIMO (GAM) da PMERJ.

Em novembro de 2003, fui transferido do GAM para a CASA CIVIL, onde comecei a voar como copiloto no mesmo local onde eu assistia, do TIVOLI PARK da Lagoa, os "brinquedos que voavam com um ventilador em cima"…  

Ante todo o exposto, conclui-se: 

- Cuidado ao levar uma criança ao parque de diversões próximo a um heliporto… pode estar nascendo ali mais um piloto policial!!

Cmte Duton

Até aqui esta postagem está idêntica a que fiz no último dia 07 OUT.

A diferença começa agora: na noite desta quarta-feira dia 10 OUT 2012, o DISCOVERY CHANNEL inicia a trasmissão da série "ÁGUIAS DA CIDADE", reportagem sobre a rotina operacional do GRUPAMENTO DE RADIOPATRULHA AÉREA (GRPAe) da Polícia Militar do Estado de São Paulo (PMESP).

Em 2011 tive a grata oportunidade de voar com os águias da PMESP na Base de Radiopatrulha Aérea (BRPAe) de Campinas.

Durante 3 quinzenas pude aprender muito com os profissionais desse renomado Grupamento Aéreo, o maior e um dos mais tradicionais do Brasil.

Recomendo, para quem puder, assistir a série semanal "ÁGUIAS DA CIDADE" no Discovery Channel, às 22:20h (horário de Brasília), a partir de hoje, quarta-feira dia 10 OUT 2012.


domingo, 7 de outubro de 2012

Como nasce um Piloto Policial

Quando eu era criança, entre os 6 e os 10 anos de idade, meus pais me levavam para brincar num parque de diversões que existia na Lagoa Rodrigo de Freitas, zona sul da cidade do Rio de Janeiro.

O parque era o TIVOLI PARK, que ocupava o lugar onde hoje é o PARQUE DOS PATINS.


O TIVOLI PARK tinha roda gigante, trem-fantasma, auto-pista, carrossel, montanha russa, montanha russa com looping, macaca Konga, carrinho bate-bate e muitas outras atrações… era um excelente programa de final de semana passar um dia inteiro no TIVOLI PARK da Lagoa.

Em uma das minhas visitas ao TIVOLI PARK me dei conta que, vizinho ao parque, existia um lugar que tinha "brinquedos" muito mais legais… era o HELIPORTO DO GOVERNO DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, onde helicópteros operados pela Polícia Civil, pelo Corpo de Bombeiros e outros órgãos estatais pousavam e decolavam várias vezes ao dia.

Fui em direção aos helicópteros que pousavam e decolavam e a grade que dividia os terrenos do TIVOLI e do heliporto ficava bem atrás do trem fantasma.

Trem fantasma do TIVOLI PARK da Lagoa - anos 80

Desde que descobri isso, a minha maior diversão passou a ser acompanhar os pousos e decolagens dos helicópteros encostado na grade divisória dos terrenos. Percebi que aquele "brinquedo que voava com um ventilador em cima" me parecia muito mais legal do que qualquer atração do TIVOLI PARK.

Tenho certeza que foi nessa época que nasceu meu sonho de ser piloto de helicóptero. Afinal de contas, eu logo percebi que tinha gente muito feliz voando dentro daqueles "brinquedos"...

Eu deveria ter uns 7 ou 8 anos nessa época e, no colégio onde eu estudava (Colégio de São Bento) eu tinha uma aula semanal de "Desenho Artístico".

Era comum nas aulas de Desenho Artístico a gente colocar no papel situações vividas durante o final de semana. 

Numa dessas aulas, lá pelo ano de 1982/1983, eu produzi uma "obra de arte" que hoje serve como PROVA MATERIAL que ser piloto de helicóptero era mesmo o meu sonho de infância… 

Vejam no desenho abaixo, que ficou guardado dentro de uma pasta por mais de 30 anos, que tenho como provar ter realizado meu sonho de infância:


  
Para facilitar a compreensão a respeito da minha "obra de arte", segue a legenda:

Isto é a Lagoa Rodrigo de Freitas, vista do helicóptero


Isto é a praia de Ipanema, também vista do helicóptero.
Os pontos coloridos são as pessoas e não bolas!


Estes são os prédios e uma casa da zona sul do Rio. Perfeita reprodução, não?


Este é o sol, sempre feliz. Nunca vi um sol chorando…


Este era o nome oficial do órgão da Polícia Civil que operava no local.
Depois descobri que o órgão do Estado era a lendária CGOA
COORDENADORIA GERAL DE OPERAÇÕES AÉREAS


Para quem não percebeu, este é o helicóptero.
Reparem na riqueza de detalhes: podemos ver que trata-se de um 
helicóptero de configuração simples, com um rotor principal e um de cauda,
trem de pouso fixo (esquis) e aparentemente bastante robusto.
Estaria eu antevendo a compra do "Caveirão"??? kkk


Tenho que confessar que essa caligrafia horrorosa continua até os dias de hoje… 

Resolvi publicar em meu blog este desenho, relíquia guardada com carinho por meus pais e por mim durante 3 décadas, para provar algo que aprendi desde pequeno: se quisermos mesmo alguma coisa, temos que ACREDITAR QUE SOMOS CAPAZES E FAZER TODO O POSSÍVEL PARA ATINGIR NOSSOS OBJETIVOS.

(…)

Entrei para a Escola de Formação de Oficiais (EsFO) da PMERJ no final de 1997. 

Em 21 de março de 2002 fui um dos fundadores do GRUPAMENTO AÉREO E MARÍTIMO (GAM) da PMERJ.

Em novembro de 2003, fui transferido do GAM para a CASA CIVIL, onde comecei a voar como copiloto no mesmo local onde eu assistia, do TIVOLI PARK da Lagoa, os "brinquedos que voavam com um ventilador em cima"…  

Ante todo o exposto, conclui-se: 

- Cuidado ao levar uma criança ao parque de diversões próximo a um heliporto… pode estar nascendo ali mais um piloto policial!!

Cmte Duton