A revista "ISTO É" da semana do Carnaval publicou a seguinte notícia:
Coluna da revista "ISTO É" que circulou na semana do Carnaval 2012.
A má notícia acima, ao meu ver, pode parece muito aterrorizante para quem voa (ou pensa em voar) helicóptero, mas não nos dá uma visão ampla e precisa dos acontecimentos. Vejamos:
É fato notório que a frota de helicópteros cresce anualmente no Brasil, sendo uma das maiores do mundo!
Para um leitor desavisado, pode parecer que falhas humanas e/ou mecânicas podem ser as causas das citadas "quedas" de helicópteros.
Vale lembrar que quem sofre "queda" é fruta madura, que cai da árvore; aeronaves sofrem PANES EM VOO, pode haver ERRO HUMANO na pilotagem e/ou podem ser alvos de ATAQUES como ocorreu com o "Fênix 03" do GAM em 17 de Outubro de 2009, no Morro dos Macacos, Rio de Janeiro ou os aviões jogados contra o World Trade Center, em Nova Iorque, no dia 11 de Setembro de 2001.
Uma aeronave simplesmente não cai do céu como pingo de chuva…
Não precisa ser um grande matemático ou estatístico para perceber que, se aumentamos o número de uma amostra (número de helicópteros), tende a aumentar o número de eventos analisados, no caso os acidentes aeronáuticos.
Se nós analisávamos uma frota de 100 helicópteros e havia 10 acidentes anualmente, parece natural que se a frota sobe para 150 ou 200 helicópteros pode haver mais de 10 acidentes anualmente, dando a falsa impressão que está ficando "mais perigoso" voar de helicóptero… nada disso!
Os helicópteros estão saindo de fábrica cada vez mais seguros, com novas tecnologias que facilitam a pilotagem e diminuem a carga de trabalho dos pilotos na cabine.
Para que essa lógica perversa não prevaleça, ou seja, aumentarmos a frota de helicópteros e aumentarem também os acidentes aeronáuticos, os OPERADORES e GESTORES de unidades e empresas aéreas tem o dever de adotar todas as medidas mitigadoras de riscos possíveis. Só assim teremos como aumentar a frota de aeronaves sem que aumente o número acidentes!
Talvez a melhor e mais efetiva medida mitigadora de riscos seja a CAPACITAÇÃO DAS TRIPULAÇÕES, que passa necessariamente pelos treinamentos constantes e rotineiros de CRM, emergências, Segurança Operacional, Procedimento Operacional Padrão, entre outros…
Se tais medidas forem adotadas em todas as empresas aéreas e unidades aéreas do Brasil, podemos ler no futura uma boa e precisa notícia, do tipo:
"Mesmo com o crescente aumento da frota de helicópteros no país, houve redução nos índices de acidentes aeronáuticos no tocante a estas aeronaves".
Um dia ainda teremos jornalistas mais preocupados com a precisão das notícias que publicam, bem como Operadores e Gestores aeronáuticos preocupados efetivamente com a Segurança Operacional.
Cmte Duton
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