sábado, 22 de dezembro de 2012

A arte de comandar (1ª parte)

Iniciei este blog no dia 21 de agosto de 2010 com a seguinte postagem:

"Quem é considerado Comandante?"


Comandante é um termo usado nas Forças Armadas, Polícias Militares, Corpos de Bombeiros Militares, Marinha Mercante e Aviação civil para designar uma FUNÇÃO DE COMANDO ou uma GRADUAÇÃO PERMANENTE.


Sob a ótica do Direito Aeronáutico, Comandante é o membro-chefe da tripulação de uma aeronave.


O Art 165 do Código Brasileiro de Aeronáutica (Lei 7565/86) diz que:


"Toda aeronave terá a bordo um Comandante, membro da tripulação, designado pelo proprietário ou explorador e que será seu preposto durante a viagem".


O Comandante é, portanto, o responsável pela operação e segurança da aeronave.

Os demais membros da tripulação ficam subordinados, técnica e disciplinarmente, ao Comandante da aeronave.

O Comandante exerce autoridade inerente à função desde o momento em que se apresenta para o vôo até o momento em que entrega a aeronave, concluída a viagem.

O piloto de avião ou helicóptero torna-se Comandante de sua aeronave ao realizar o seu cheque de Piloto Privado.

A partir desse momento o piloto privado (PP) está apto a pilotar sua aeronave exercendo uma função de comando, ou seja, como Comandante.


Mais de dois anos escrevendo neste blog, creio ser chegada a hora de falar sobre COMANDAR, e não apenas tratar isoladamente do vocábulo "Comandante".

Ao abordar esse espinhoso tema, que tem íntima ligação com a atividade aeronáutica (Comandante de aeronave), atividade militar (Comandante de tropa ou de unidade militar) ou até mesmo na atividade empresarial, onde usa-se mais o termo "LÍDER" ou "LIDERANÇA", tomarei como base um livro que li há mais de uma década, mas cujas idéias sempre permearam minhas ações e permanecem, salvo melhor juízo, bastante atuais.

Trata-se da obra "A ARTE DE COMANDAR", de Francesco Alberoni, professor de sociologia na Universidade IULM de Milão, na Itália. São famosos seus ensaios sobre movimentos coletivos, sobre sentimentos, como o amor, a amizade, a inveja, o altruísmo.

Durante minhas próximas postagens aqui no blog, intercaladas ou não com outros assuntos, colocarei passagens do livro supracitado para que provoquem reflexões nas pessoas que possuem ou almejam uma posição de COMANDO na vida profissional.

Nestes fragmentos do livro que passarei a publicar, não existirão vídeos nem fotos, muito atrativos para os leitores de qualquer blog, mas sim IDÉIAS, pensamentos capazes de provocar reflexões e, quem sabe, até mudanças de atitude.

Ensina-nos o Prof Alberoni:

"Aqueles que são movidos por um desejo espasmódico de poder e estão dispostos a tudo para obtê-lo podem subir muito alto. As  pessoas que se movem pelo amor à riqueza e ao prestígio pessoal podem atingir resultados importantes. Mas só quem está movido por uma visão pode fazer aquilo em que os outros não conseguem nem pensar, nem imaginar, e que julgam loucura ou tolice.

(…)

Os homens e as mulheres que tem esse tipo de visão são completamente diferentes dos ambiciosos que tem necessidade de riquezas e de honrarias para se sentir alguém. São diferentes dos fanáticos que querem impor ao mundo com violência o seu credo ou o seu regime político. Aqueles não querem dominar, querem criar. O impulso para criar não pertence à dimensão do possuir, mas do dar, não à do egoísmo, mas à do altruísmo. E mesmo o poder, nesse caso, é apenas um instrumento para lograr doar. O criador, o construtor que tem um sonho, não comanda, não exige obediência pelo gosto de ver as pessoas se inclinarem ao seu poder, mas para edificar, juntos, alguma coisa que diz respeito a todos. Por isso, ele concebe o comando como um apelo, e a obediência, como assentimento".  

 Cmte Duton

Nenhum comentário:

Postar um comentário